Wednesday, January 19, 2011

Os dois testemunhos de Fe 2

Capítulo 4

O significado do testemunho: Muhammad é o mensageiro de Allah
Quando se mencionar o testemunho de fé, devemos saber que fazemos referência a suas duas partes, as quais são indivisíveis e inseparáveis, e que é indispensável o conhecimento completo das obrigações de ambos, ter fé nelas e colocar em pratica seus ensinamentos tanto no privado quanto em público. Através de nossa investigação temos concluído que o objetivo do testemunho de fé de que nada merece ser adorado com exceção de Allah não está somente em expressá-lo, o mesmo concluímos de modo semelhante, o segundo testemunho de fé, na Profecia de Muhammad, também deve ser expressado com sinceridade, fé e obediência e atuando (ações) em conseqüência. Este testemunho significa crer com certeza que o Allah enviou Muhammad como mensageiro para toda humanidade.
O desenvolvimento deste tópico requer da explicação dos pontos seguintes:
1. A capacidade de Muhammad de transmitir sua Mensagem.
Disse Allah no Alcorão :
     
“Teu Senhor cria e escolhe da maneira que melhor Lhe apraz”. (28: 68).
     
“Allah sabe melhor do que ninguém a quem deve encomendar a Sua missão”. (6: 124).
      •     
“Escolhemo-los por um propósito: a proclamação da Mensagem da morada futura. Em verdade, junto a Nós, contam-se entre os eleitos e preferidos”. (38: 46-47).
Estes versículos nos comprovam que os profetas foram escolhidos e purificados por Allah para realizar a missão de transmitir para humanidade a mensagem do monoteísmo, capazes de transmitir corretamente a religião e a legislação divina.
Allah menciona no Alcorão Sagrado que alguns povos disseram aos seus profetas:
      
“Responderam: Vós não sois senão uns mortais, como nós”. (14: 10).
Mas os profetas responderam:
                               
“Seus mensageiros lhes asseveraram: Não somos mais do que mortais como vós; porém, Allah agracia quem Lhe apraz, dentre Seus servos, e ser-nos-ia impossível apresentar-vos uma autoridade, a não ser com a anuência de Allah”. (14: 11).
Sendo que Muhammad é o último e o selo dos profetas foi agraciado com enormes favores, por haver sido escolhido para transmitir toda humanidade a mensagem para toda à humanidade. Allah disse no Alcorão Sagrado:
    
“Porque és de nobilíssimo caráter” (68: 4).
No Sahih Al-Bukhari é mencionado que A'isha disse acerca do Profeta :
“Seu caráter e moral era o Alcorão”.
Comprovando que colocava em pratica todos os ensinamentos de caráter bom, generosidade e excelência. Inclusive antes da revelação ser decida sobre ele, sua personalidade já era conhecida pela bondade e ética, ao ponto de ser conhecido pelo seu povo como “o autêntico, o veraz” aumentando ainda mais estas características depois de receber a revelação divina.
2. A infalibilidade de não fazer pecados
Existe consenso entre os sábios sobre o conceito de que os profetas e mensageiros eram infalíveis na transmissão da mensagem e que não cometiam pecados maiores ou capitais. Já que isto implicaria a impossibilidade de ser exemplos saudáveis para a humanidade. Porque ao serem ordenados a advertir as pessoas de forma que não caiam na incredulidade, na idolatria, nos pecados, nos maus costumes e moral e na desobediência com Allah, se eles mesmo caíssem nesses atos, seus inimigos os teriam acusado de hipocrisia e falso moralismo, porque entrariam em contradição com a sabedoria de Allah e sua escolha, e por isso foram protegidos por Allah para jamais cair nestas faltas e pecados.
Enquanto os pecados menores e os erros, os profetas podem cometê-los na escolha ante duas possibilidades, porém imediatamente eles são corrigidos por Allah, de forma que isso não manche sua missão. Sendo neles mesmos uma prova da sua humanidade e que não podem ser descritos com atributos divinos.
Os sábios mencionaram em seus livros de exegese Corânicas situações a este respeito. Allah diz no Alcorão:
                          
“Não rechaces aqueles que de manhã e à tarde invocam seu Senhor, desejosos de contemplar o Seu Rosto. Não te cabe julgá-los, assim como não lhes compete julgar-te se os rechaçares, contar-te-ás entre os iníquos”. (6: 52).
              
“Se pudessem, afastar-te-iam do que te temos inspirado para forjares algo diferente. Então, aceitar-te-iam por amigo”. (17: 73).
Estes são exemplos de situações em que o Profeta tomou uma escolha equivocada, considerando que sua escolha seria o mais proveitosa para a divulgação do Islam, porem Allah sabia em seu conhecimento perfeito e eterno que não seria assim, e por isso o corrigiu. Em quanto aos pecados e as aberrações Allah protegeu a seus profetas em cair nesses comportamentos porque isto seria uma contradição com a escolha a missão para qual foram enviados, já que os profetas convidam para o bom comportamento e a excelência em todos os assuntos.
A infalibilidade dos profetas relativo a transmissão da mensagem é um assunto de consenso entre os sábios Muçulmanos, assim como a impossibilidade que antes de receber a profecia haveriam caído na idolatria e no politeísmo.
Registra que o Profeta disse:
“Jamais considerei sequer cair no que faziam os pagãos... e jamais veio em minha mente cometer um pecado, até que Allah me protegeu com a profecia”. Este relato foi mencionado por Al-Qadi ‘Aiadh”.
Ibn Ishaq em seu livro da biografia do Profeta disse:
“O profeta cresceu protegido por Allah de cair nos comportamentos obscenos dos pagãos, e quando alcançou a juventude se transformou na pessoa mais respeitada do seu povo devido ao seu excelente caráter e suas qualidades sublimes, o mais educado, o mais generoso, o mais ético, o mais confiável, o mais livre de todo o mal comportamento, tanto é que o próprio povo chamou-o de "o confiável”.

Capítulo 5

As condições do testemunho de fé
As condições que nós mencionaremos na continuação foram extraídas de diferentes citações Corânicas e relatos da Sunnah.
Os sábios mencionaram sete condições: Conhecimento, certeza, aceitação, submissão, veracidade, sinceridade pura, amor e alguns sábios agregam uma oitava: negação de toda a outra deidade. Esta última condição extraída do Hadiz: O Profeta disse:
“Quem testemunhe que não há mais deus que Allah e pare de adorar outro alem de Allah, seus bens e seu sangue você tornam-se sagrados e a Allah lhe corresponde julgar-lo”.
Que melhor explicação do significado de La ilaha illa Allah que esta! Já que deixa evidencia que não é suficiente somente pronunciá-la. É necessário saber seu significando, acreditar nele, não suplicar e/ou implorar a outra divindade junto a Allah, porque desta forma, o significado do testemunho não terá seu real significado. Até que a pessoa não acredite nas divindades fora Allah, (sem duvidar e emitindo sua opinião), seu sangue e seus bens não serão ainda sagrados.
Que melhor exemplo do que este?
O que pode elucidar mais claramente este assunto?
Que prova pode ser mais evidente?
Esta condição significa considerar nula e falsa toda adoração dedicada a outro que não seja Allah, e que rende culto a um ser criado sobre aquilo que só corresponde Allah, se encontra extraviado e na idolatria. Que tudo aquilo que é adorado em vez de Allah como: tumbas, mausoléus, ídolos, etc., é produto da superstição e da idolatria. Quem não tenha segurança sobre o desvio e incredulidade que comete estas ações, não é um autêntico um monoteísta, embora pronuncie que nada tem direito de ser adorado alem de Allah e dedica seus atos de adoração a Allah.
Quanto às sete condições, as enumeraremos como segue:
1. Conhecimento
Allah diz no Alcorão:
               
“Por outra, quanto àqueles que os orientam, Ele lhes aumenta a orientação e lhes concede piedade”. (47: 19).
É narrado de ‘Uthman que o Profeta disse:
“Aquele que morre sabendo nada é digno de louvores exceto Allah entrará ao paraíso”. (Registrado por Muslim).
O conhecimento ao qual se faz menção é o oposto da ignorância, quer dizer o conhecimento que leva a colocar em prática e a implementação de seu significando e ensinamentos em todos os aspectos da vida.
2. Certeza
A segunda condição da shahadah é a certeza ou al-yaqin. É o oposto da dúvida e da incerteza ou a mera consideração. Quer dizer, aquele que pronuncia o testemunho de fé deveria ter certeza completa em seu coração sobre a divindade de Allah e da profecia de Muhammad . Isto significa negar a divindade de tudo que é adorado exceto Allah, como também negar a profecia de todos aqueles que eles afirmam ser profetas logo após Muhammad . Que tenha dúvidas sobre esses conceitos não se beneficiará com o pronunciar do testemunho de fé. A prova desta condição nós encontramos nas palavras do Profeta :
“Quem encontra Allah (depois da sua morte) com o testemunho de que não existe nada digno de louvor exceto Allah e que eu sou o Mensageiro de Allah, sem duvida alguma sobre as condições da frase, entrará no Paraíso”. (Registrado por Muslim).
Em outro Hadiz disse :
“A quem encontres detrás deste muro diga-lhe que quem testemunhe que nada é digno de ser adorado exceto Allah com certeza em seu coração, tem a benção de ingressar no Paraíso”. (Registrado por Muslim).
Allah elogiou os crentes no Alcorão do seguinte modo:
                   
“Somente são fiéis aqueles que crêem em Allah e em Seu Mensageiro e não duvidam, mas sacrificam os seus bens e as suas pessoas pela causa de Allah. Estes são os verazes!” (49: 15).
E criticou os hipócritas por estarem cheios de dúvidas e incertezas:
             • 
“Pedir-te-ão isenção só aqueles que não crêem em Allah, nem no Dia do Juízo Final, cujos corações estão em dúvida e, em sua dúvida, vacilam”. (9: 45).
Ibn Mas’ud em sua opinião disse:
“A paciência é metade da fé, e a certeza é a fé em sua máxima expressão”.
Quem tenha certeza nisto, suas ações serão uma adoração sincera a Allah e seguindo os ensinamentos do Profeta Muhammad .
3. Aceitação
A terceira condição da shahadah é a aceitação ou al-qabul. Se uma pessoa tem o conhecimento e a certeza na shahadah, deve continuar com a aceitação, da palavra e coração, de tudo aquilo insinua a shahadah. Existem pessoas que negam aceitar a shahadah e suas condições, ainda tendo conhecimento e certeza, negando-se por orgulho ou inveja.
Essa é a situação de alguns monges judeus e cristãos que apesar de reconhecer a unicidade de Allah e a profecia de Muhammad negam seguir a mensagem do Islam.
•          •        •           •      
“Muitos dos adeptos do Livro, por inveja, desejariam fazer-vos voltar à incredulidade, depois de terdes acreditado, apesar de lhes ter sido evidenciada a verdade. Tolerai e perdoai, até que Allah faça cumprir os Seus desígnios, porque Allah é Onipotente”. (2: 109).
Os incrédulos sabiam sobre a unicidade de Allah e a veracidade de Profeta , sem duvida por arrogância e orgulho não aceitaram.
É mencionado no Alcorão:
                               
“Credes, acaso, em uma parte do Livro e negais a outra? Aqueles que, dentre vós, tal cometem, não receberão, em troca, senão aviltamento, na vida terrena e, no Dia da Ressurreição, serão submetidos ao mais severo dos castigos. E Allah não está desatento em relação a tudo quanto fazeis”. (2: 85).
Allah também disse:
         •             •   
“Não é dado ao fiel, nem à fiel, agir conforme seu arbítrio, quando Allah e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Allah e ao Seu Mensageiro desviar-se á evidentemente”. (33: 36).
       •        
“Sabemos que te atribula o que dizem; porém, não é a ti que desmentem; outrossim, é os versículos de Allah que os iníquos renegam”. (6: 33).

Capítulo 6

O que anula o testemunho de fé
Os sábios mencionaram aquelas crenças e ações que anulam o testemunho de fé nos livros de legislação islâmica, mais especificamente nos capítulos referidos ao veredicto legal correspondente a apostasia e as implicações do mesmo. O Sheik Muhammad Ibn ‘Abdul Wahab resumiu em dez as causas mais recorrentes de anulação do testemunho de fé, e os mencionaremos aqui com o propósito de mostrar as crenças e ações que anulam a veracidade de quem a pronuncia, porem comente estes atos.
1. Negar que Allah tenha criado o Universo, ou atribuir a outros a criação ou o sustento, como atribuir a criação, a natureza ou a causalidade, já que isso nega a crença que Allah é o criador e sustentador de toda criação.
2. Negar alguns dos sublimes e perfeitos atributos de Allah, como a sua Onisciência, Onipotência, Onividência, etc., já que isso implica a imperfeição. Também atribuir a Allah algum atributo de imperfeição como cansaço ou o sono, a injustiça ou um sócio, tudo isso nega a perfeição e a divindade de Allah.
3. Dar ou descrever um ser criado com atributos que pertencem unicamente a Allah, como a Onisciência ou o controle absoluto do universo, ou o controle de algumas funções, já que isso implica ter o poder absoluto sobre a criação, elevando ao nível de divindade.
4. Negar que Allah mereça os atos de adoração tais como o temor, a suplica, o pedido de proteção, etc., ou que estes atos carecem de importância, ou zombar deles ou dos atos de adoração e/ou até mesmo, zombar de quem se apega na devoção.
5. A convicção de que alguém não necessita seguir a legislação da Shari’a ou que pode muda-la, como alegar que a fornicação ou a usura são lícitas, ou anular as penas impostas pela Shari’a, ou anular o recolhimento do Zakat e sua distribuição, ou governar com leis que contradizem a Shari’a. Quem considere alguma destas opções na realidade diz que Allah não nos entregou uma legislação perfeita e aplicável em todo o lugar e tempo, porque tem erros e defeitos, ou que outras legislações são superiores ao legislação divina, e isso é uma expressão que indica a imperfeição de Allah.
6. Dedicar algum ato de adoração para outro além Allah, e sua expressão moderna hoje é o culto às tumbas. Que reza em uma tumba, ou suplique, anseie dela o cumprimento de um desejo, que a tumba lhe desperte devoção, ou oferece um sacrifício ou uma promessa, quem realiza alguns destes atos de adoração a uma tumba, terá anulado seu monoteísmo.
7. Se aliar aos inimigos de Allah, amando-os e honrando-os. Considerar que estão na guia correta, ou que eles têm prioridade e preferência sobre muçulmanos. Não importa se eles são pertencentes ao povo do livro, idólatras ou ateus. O fato de obedecer-los e os honrar pode demonstrar consideração de que estão dentro da verdade, e que os muçulmanos sim é que estão equivocados e afastados da verdade, contudo o respeito exagerado demonstra que veneram a religião ou sua ciência e tudo isso é contraditório com o shahada.
8. Criticar a mensagem de Muhammad ou a legislação trazida por ele, criticar e desmentir sua mensagem, ou acusá-lo de traição ou de não transmitir tudo aquilo que lhe foi revelado, assim como mencionar assuntos de sua biografia com a clara intenção de desmentir-lo e desacreditar como pessoa e profeta. Criticar e desacreditar no Profeta equivale a criticar e desacreditar em Allah, que escolheu Muhammad para que fizesse chegar a mensagem a toda humanidade. Isto contradiz ambos testemunhos de fé.
9. Criticar e desmentir o Alcorão Sagrado, como os comentários dos pagãos idólatras contemporâneos ao Profeta que asseguravam que o Sagrado Alcorão era feitiçaria, histórias sem fundamento, poesia, semelhante a quem assegura que é uma criação humana, como quem nega seu caráter milagroso, e o compara com obras literárias, descrer de partes de alguns capítulos ou versículos, ou afirmações de que o Alcorão Sagrado demonstra a incredulidade em Allah e Seu Profeta.
10. Desmentir alguns dos assuntos do oculto que Allah revelou e ordenou crer em seu livro ou fora afirmado pelo Seu profeta, como a fé nos livros revelados, os anjos, na ressurreição depois da morte, no Juízo Final, o paraíso e o inferno, a vida na tumba. Quem negar algumas destas realidades terá negado Allah e o seu Mensageiro.

Assim culminamos com esta síntese sobre as condições do testemunho de fé e quem deseje mais detalhes pode procurar nos livros de teologia islâmica escritos por sábios do Islam ao longo da história.
Allah sabe mais e melhor sobre tudo, é Onisciente, e que a paz e as bênçãos estejam com o profeta Muhammad .

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